quinta-feira, 3 de junho de 2010

Chutney de açaí no morro de Santa Teresa $

Você, caro leitor, já se pegou pensando que mora em uma cidade há decadas e nunca visitou um local muito famoso, que todos nativos teriam a "obrigação" de conhecê-lo? Isso acontece com todo mundo. Moramos há anos na mesma cidade e sempre passa batido algum ponto turístico.

Pois bem, Mauro mora no Rio de Janeiro há 32 anos e nunca havia andado de bondinho anteriormente. Eu pensei: "Como pode isso"? Temos que resolver essa situação o mais rápido possível. E de andança pelo centro da cidade, resolvendo coisas nas férias, eis que o obriguei a ir comigo em Santa Teresa... de bondinho, é claro.

Compradas as passagens (míseros R$ 0,60, contra os R$ 2,35 do ônibus) subimos e esperamos a partida para subir ladeira acima. É uma aventura e tanto! Não recomendo ninguém ir em pé, pois os sacolejos são grandes. Alguns moradores da área andam pendurados de lado de fora para não precisar pagar passagem. No way! Isso não deveria ser permitido! De jeito nenhum! Mas, os maquinistas não se importam e a bagunça corre solta.

Fizemos o trajeto todo - relativamente curto (dura cerca de 20 a 30 minutos) - e descemos no largo do Guimarães, onde, no entorno, estão localizados a maioria dos bares, lojas de souvenirs e até um cinema. Acreditam?



Eis que estamos procurando um bar descontraído para tomar uma cervejinha (já que não estávamos dirigindo) e surge na nossa frente o Espírito Santa. Um bar-restaurante que já tínhamos combinado de ir, mas não sabíamos onde ficava. E ele estava lá, na avenida principal - Almirante Alexandrino. Na nossa frente! Vamos entrar, lógico!

O estabelecimento tem decoração e culinária voltada às raízes amazônicas, que resulta nas cores fortes e iguarias da região, que traz pratos com ingredientes como açaí, cupuaçu, peixe e banana. O local ainda pode ser dividido em três ambientes, um lounge, o principal e um terraço ao fundo do restaurante. Um local bem descontraído para conversar com os amigos e com uma vista privilegiada para o bairro. No frio, porém, corra desse espaço.



Voltemos ao que importa, pois foi nesse restaurante que vivenciei explosões de sabores e quebrei preconceitos. Vocês entenderão mais a frente. Pensávamos em pedir uma cerva, como havia dito antes, mas a 'casa' - especializada em cachaças, só tinha Skol, Colorado e Imperial. A Devassa está faltando. Então resolvemos pedir duas caipifrutas, feitas com cachaça artesanal - a Magnífica. E põe magnífica nisso! Perfeita! Melhor que vodka ou 51, né? Que ninguém merece! A minha, para variar, foi de morango. A de Mauro, Maracujá (R$ 9,50 e R$ 8,50, respectivamente).

Não estávamos com muita fome, mas não poderíamos deixar de experimentar algo. Queríamos esperar mais um pouco, mas o cardápio insistia em olhar para nós. "Ok, ok, você venceu". Nada de batatas fritas e sim a Empada do Adão (massa clássica de empada recheada com guizadinho de costela bovina marinada na cerveja preta, refogada e desfiada). Para acompanhar: um molho madeira. R$ 9, duas unidades.


O melhor como sempre fica por último, então lá vai. Odeio açaí, posso confessar aqui. Aquele gosto de terra não me entra. Nem misturado com banana, nem com granola. Pior ainda com farinha de mandioca. Eca! Mas o Bolinho crocante de queijo de coalho era servido com um chutney dessa fruta. Titubiei! Mauro queria. Como vinha uma porção separada, pedimos! (R$ 23, com oito bolinhos).

Gente, vocês não tem noção. O gosto do chutney é simplesmente M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O. Não tem nada parecido que eu possa comparar. Só posso dizer que deve ter uma pitadinha de teriaki - aquele molho japonês. Bem que o Espírito Santa poderia estar participando do Comida di Buteco né? Esse bolinho com chutney faria o maior sucesso. Concorda?

Um comentário:

Mauro Jr disse...

Local recomendadíssimo ... ainda bem que descemos a ladeira de bonde, pois se descessemos a pé depois da caipifruta com cachaça ... não sei não ... risos